Gordon Sondland, embaixador dos EUA na União Europeia, depois de prestar depoimento à comissão que investiga Donald Trump, no dia 28 de outubro de 2019 — Foto: Siphiwe Sibeko/Reuters
Gordon Sondland, o embaixador dos Estados Unidos na União Europeia, deu um depoimento que complica Donald Trump no processo de impeachment: ele admitiu que vinculou ajuda militar de seu país à Ucrânia em troca de uma investigação de Joe Biden, político adversário do presidente norte-americano nas eleições.
O testemunho foi publicado nesta terça-feira (5).
Sondland contou que disse a um alto conselheiro do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, que a ajuda militar americana estaria condicionada à investigação por Kiev dos laços de Biden e seu filho, Hunter, com a empresa de energia ucraniana Burisma.
Segundo testemunho dado em 17 de outubro aos legisladores e divulgado na terça (5), Sondland admitiu ter proposto o 'quid pro quo' (expressão latina que significa toma lá, dá cá) supostamente ilegal, negado várias vezes por Trump, em uma conversa em 1º de setembro com Andrei Yermak, alto conselheiro do presidente ucraniano.
O embaixador disse que esse foi o ponto culminante de meses de pressão sobre Kiev, sobretudo por meio do advogado pessoal de Trump, Rudolph Giuliani, para abrir investigações "anticorrupção" sobre os Biden e a crença - sem fundamentos - de que a Ucrânia teria ajudado os democratas nas eleições de 2016.
Sondland disse a Yermak que "a retomada da ajuda americana provavelmente não ocorreria até que a Ucrânia proporcionasse o informe anticorrupção que tínhamos estado discutindo durante semanas", disse aos investigadores.
O embaixador na União Europeia, nomeado ao cargo por Trump, após doar US$ 1 milhão para a sua posse, era plenamente consciente da relação entre os US$ 391 milhões em ajuda militar dos Estados Unidos e a ajuda da Ucrânia a Trump para lutar por sua reeleição no próximo ano.
Sondland admitiu, ainda, perante os legisladores encarregados da investigação prévia ao processo de impeachment contra o presidente compreender que o vínculo entre a investigação e a ajuda militar era "incorreto".
Perguntado se o restante era ilegal, o embaixador respondeu: "não sou advogado, mas suponho que sim".

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