Prédio da Justiça Federal de Sergipe — Foto: g1/Arquivo
Nesta terça-feira (29) , a Justiça Federal retoma as audiências do processo criminal contra os três policiais rodoviários federais acusados de participar da abordagem que resultou na morte de Genivaldo Santos, em Umbaúba (SE).
Desde a última terça-feira (22), estão sendo ouvidas testemunhas de acusação e defesa na 7ª Vara Federal de Sergipe - Subseção Judiciária de Estância. Os policiais devem ser ouvidos nesta terça.
Na sexta-feira (25), a audiência foi suspensa após o policial rodoviário federal Kleber Nascimento Freitas passar mal.
Genivaldo morreu após ter sido trancado no porta-malas de uma viatura da PRF e submetido à inalação de gás lacrimogêneo.
Acusados estão presos
Acusados de matar Genivaldo Santos — Foto: Reprodução/TV Globo
Os policiais rodoviários federais foram presos preventivamente após se apresentarem voluntariamente à Polícia Federal (PF) no dia 14 de outubro. Eles foram indiciados por homicídio qualificado e abuso de autoridade.
O caso aconteceu no dia 25 de maio deste ano. A certidão de óbito apontou asfixia e insuficiência respiratória como causa da morte.
LEIA TAMBÉM
Perícia sobre o caso
Perícia afirma que gases tóxicos causaram colapso no pulmão de Genivaldo
Genivaldo morreu após ficar 11 minutos e 27 segundos exposto a gases tóxicos e impedido de sair da viatura da PRF, segundo perícia feita pela PF. O Fantástico teve acesso aos resultados da perícia com exclusividade. Assista acima.
Durante as investigações, os peritos atestaram que a concentração de monóxido de carbono foi pequena. Já a de ácido sulfídrico foi bem maior, e pode ter causado convulsões e incapacidade de respirar.
Segundo a perícia, o esforço físico intenso e o estresse causados pela abordagem policial resultaram numa respiração acelerada de Genivaldo. Isso pode ter potencializado ainda mais os efeitos tóxicos dos gases. A perícia afirmou ainda, que os gases causaram um colapso no pulmão da vítima.
Nas imagens da abordagem realizadas por populares e familiares, a perícia observou que o policial William de Barros Noia aparece pedindo para que Genivaldo colocasse as mãos na cabeça. Genivaldo obedece, mas mesmo assim, recebe spray de pimenta no rosto.
Segundo os peritos, o policial Kleber Nascimento Freitas jogou spray de pimenta pelo menos cinco vezes em Genivaldo, que alegou que não estava fazendo nada. A ação continuou no chão, quando dois policiais pressionaram o pescoço e o peito de Genivaldo com os joelhos.
Após Genivaldo ser colocado no porta-malas da viatura, o policial Paulo Rodolpho Lima Nascimento jogou uma granada de gás lacrimogêneo no compartimento. Paulo Rodolpho e William seguraram a porta, impedindo que a fumaça se dissipasse mais rapidamente.







