Ministro do Meio Ambiente na UFS — Foto: Reprodução/TV Sergipe
Após realizar um sobrevoou no litoral dos estados de Alagoas, Bahia e Sergipe, para observar a situação das manchas de óleo que atingiram praias do Nordeste, no final da tarde desta quarta-feira (16), o ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, esteve no campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no município de São Cristóvão (SE) onde se reuniu com o professor do Departamento de Química e coordenador do laboratório de Petróleo e Biomassa, Alberto Wisniviesky, responsável pela análise do óleo coletado nas praias do litoral sergipano.
“A opinião do que nós vimos aqui é a hipótese de que esse óleo dos barris tenha relação com o óleo encontrado nas diversas manchas encontradas no litoral. E que, portanto, dão mais um elemento para a investigação que está sendo muito bem feita pela Marinha do Brasil, sobre a origem desse fato que é o derramamento de óleo no litoral”, disse o ministro.
Tonel foi encontrado na praia da Barra dos Coqueiros — Foto: Adema/SE/Arquivo
Ainda de acordo com ele, a Marinha e a UFS estão trabalhando em conjunto. “Não há divergência da metodologia e nos esforços. É uma somatória de conhecimentos para que possamos avançar e identificar quem é o responsável pelo derramamento de óleo venezuelano no litoral brasileiro”, disse se referindo a informação inicial da Marinha de que o óleo dos barris não teria relação com o encontrado nas praias de Sergipe.
Durante a visita, o ministro também comentou a decisão da Justiça Federal em Sergipe, nesta quarta-feira, de suspender a ação e a multa contra a União referente a uma ação movida pelo Ministério Público Federal que pedia urgência na proteção dos rios sergipanos contra o avanço das manchas.
“Aparentemente o juízo entendeu que não deveria exigir, tanto que não manteve a ordem para a colocação das barreiras. Se esse for o entendimento do juízo, nós respeitamos e faremos. Até porque, temos feito tudo que é necessário para o cuidado para o recolhimento e identificação. Agora, a parte técnica dos órgãos, o Ibama é o órgão federal e neste sentido tem as suas próprias conclusões, tem seus estudos, enfim, tem os seus posicionamentos e foram esses posicionamentos que foram apresentados em audiência”.
O professor do Departamento de Química e coordenador do laboratório de Petróleo e Biomassa, Alberto Wisniviesky, falou sobre o trabalho realizado: “A questão é que o da mancha é petróleo cru pesado. Porém o que acontece, é que através de analises diversos indícios demonstram que em algum momento esses produtos tiveram relação", explicou.
O pesquisador descartou que o conteúdo dos barris pertença a empresa Shell.
"Não tem relação nenhuma com a Shell, que só teve a infelicidade de ter tido o barril encontrado com o produto. O óleo que está lá dentro não é o óleo lubrificante da Shell".
Manchas voltaram a se encontradas na praia de Pirambu — Foto: Ibama/SE/Arquivo
Essa é a segunda visita do ministro ao estado para acompanhar a situação das manchas de óleo no estado, que teve todas as 17 praias - uma soma de 197 quilômetros - além de oito rios atingidos.
Ao todo, as manchas de óleo já atingiram 167 localidades dos noves estados do Nordeste. O desastre já atingiu ao menos 12 unidades de conservação do país, afeta o turismo e as comunidades pesqueiras. Somente na capital sergipana já foram recolhidas 231 toneladas da substância.
Justiça Federal faz reunião com diversos órgãos ambientais — Foto: Reprodução/TV Sergipe
Ação suspensa
A Justiça Federal em Sergipe determinou, nesta quarta-feira (16), a suspensão da ação do juiz Fabio Cordeiro de Lima que havia determinado o prazo de 48 horas - finalizado na manhã desta quarta - para que a União implantasse barreiras de proteção em rios do estado, com o objetivo de impedir a entrada das manchas de óleo que afetam praias do Nordeste. A decisão se baseia em um pedido do Ministério Público Federal em Sergipe (MPF-SE). Em Sergipe, todas as 17 praias - uma soma de 197 quilômetros - além de oito rios foram atingidos.
Na audiência conciliatória, realizada na Justiça Federal em Sergipe, a juíza Telma Maria Santos Machado determinou ainda que a suspensão é válida até as 18h desta quinta-feira (17), prazo para que os órgãos ambientais comprovem a eficácia das barreiras contra o óleo. Além disso, ficou definido que o Ibama devem aumentar o efetivo de agentes de limpeza que deve passar de 60 para 120.
16 de outubro: Barreiras de contenção chegando para serem instaladas no Rio Sergipe — Foto: Kedma Ferr/TV Sergipe
Novas Barreiras
Barreiras de contenção foram instaladas nesta quarta-feira (16) no Rio Sergipe, localizado no Bairro Coroa do Meio, em Aracaju, para impedir que o óleo que toma o litoral nordestino desde o início de setembro.
Na região, a substância está nas águas, nas pedras e nos barcos usados por pescadores, que evitam a atividade por causa da contaminação
Situação de emergência
No dia 5 de outubro, o estado de Sergipe decretou situação de emergência, que foi reconhecida pelo governo federal nesta segunda-feira (14) e publicada nesta terça-feira (15) no Diário Oficial da União (DOU). Os municípios são: Aracaju, Barra dos Coqueiros, Brejo Grande, Estância, Itaporanga D`Ajuda, Pacatuba e Pirambu.
Neste sábado (12) foram instalados 75 metros de boias absorventes por equipes da Adema no Rio Vaza-Barris, em Aracaju — Foto: Adema/Sergipe/Arquivo
Instalação de barreiras
No último sábado (12), o governo sergipano iniciou, em um dos rios, a instalação de barreiras alugadas pelo valor de quase R$ 7 mil por dia. A administração estadual esperava que a Petrobras pudesse enviar equipamento de proteção para conter a mancha, mas as barreiras de proteção não chegaram.
No mesmo dia, o juiz federal substituto Fábio Cordeiro de Lima, decidiu que o governo federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) implantassem, em até 48 horas, barreiras de proteção em cinco rios de Sergipe para impedir a entrada das manchas de óleo que afetam praias do Nordeste
Polêmica sobre as barreiras
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que veio a Aracaju no dia 7 de outubro para avaliar a situação, afirmou, na segunda-feira (14) que iria cumprir a determinação da Justiça Federal e colocar as barreiras de contenção em rios de Sergipe, mas alegou que elas não seriam eficientes para conter as manchas de óleo. O Ibama seguiu a afirmação. Já o diretor-presidente da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), Gilvan Dias, disse nesta terça-feira (15), que a escolha pelo material ocorreu com avaliação técnica e que a eficácia é comprovada.

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