Prorrogação foi necessária porque laudos das perícias ainda não foram concluídos.

Ato acontece após ataque que deixou dezenas de pessoas feridas em estação de metrô na última semana.

27/07/2019 as 06:12


Manifestantes em Yuen Long — Foto:  Reuters/Edgar SuManifestantes em Yuen Long — Foto:  Reuters/Edgar Su

Manifestantes em Yuen Long — Foto: Reuters/Edgar Su

Milhares de manifestantes desafiaram a proibição da polícia e iniciaram uma marcha neste sábado (27) em Yuen Long, em Hong Kong. O ato acontece após o ataque que deixou dezenas de pessoas feridas na estação de metrô de Yuen Long na última semana.

A polícia havia proibido a marcha alegando motivos de segurança. Os ativistas, porém, insistiram e se reuniram em calor sufocante. Segundo a Reuters, moradores descreveram uma presença policial crescente no local. Ativistas disseram ainda que temem que o protesto se torne violento.

"Eu quero expressar minha insatisfação com a polícia. O que aconteceu na semana passada foi totalmente inaceitável", disse Cico Lau, 25 anos, à Reuters. O jovem cresceu em Yuen Long e contou que o irmão foi espancado no domingo passado, apesar de não usar preto.

Segundo a CNN, as ruas e lojas da cidade de Hong Kong estão praticamente desertas.

Na sexta-feira (26), centenas de manifestantes já haviam realizado um ato na sala de desembarque do aeroporto de Hong Kong. O objetivo do ato era mostrar aos visitantes o que motiva multidões a protestarem na região semiautônoma.

Onda de protestos

A onda de protestos começou em 9 de junho em reação a um projeto de lei do governo que autorizava pessoas acusadas de crimes em Hong Kong a serem extraditadas para a China continental.

A uma medida foi vista com preocupação por diversos grupos, que a identificavam como uma potencial ameaça para as liberdades dos moradores da ilha.

Face à forte oposição, o governo suspendeu o projeto, mas a decisão não acalmou os manifestantes. O movimento se ampliou e passou a defender reformas democráticas, sufrágio universal e um freio para cortar liberdade civil no território semiautônomo.

Os manifestantes também querem a renúncia da chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, a retirada definitiva do projeto de lei de extradições, uma investigação independente sobre a violência policial e a anistia das pessoas presas.