Flanelinhas, ambulantes, artistas e cidadãos sem um lar estão no grupo heterogêneo da população em situação de rua da capital de Sergipe. Gente que sobrevive da oferta de serviços em troca de moedas ou simplesmente da doação de roupas e alimentos como define o Decreto 9.073 de 2005, responsável pela instituição da Política Nacional para a População em Situação de Rua e do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento.
“Considera-se população em situação de rua o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória”, afirma o documento.
Quem anda pelas ruas de Aracaju, com um olhar mais atendo, pode observar a população espalhada em praças, calçadas e até semáforos.
Na praça em frente ao Cemitério da Cruz Vermelha, no Bairro Getúlio Vargas, pode ser encontrado o barraco de madeira e papelão de Genivaldo Ferreira de Souza, que há 12 anos, vive nas ruas da capital. “O que gostaria, na realidade, era arrumar um barraco para eu morar, que tenha água, que tenha luz e um radinho de pilha para ouvir música", diz o ex-limpador de automóveis.
Moradores de rua improvisam casa em Aracaju — Foto: Anderson Barbosa/TV Sergipe
Durante a pandemia, o perfil dessa população mudou e passou a contar com pessoas que perderam o emprego e precisaram ir as ruas exibir cartazes na tentativa de ser visto por algum empresário e recomeçar. É o caso de David Silva Santos, 28 anos. Casado há quase seis anos e com dois filhos pequenos, que sonha com um futuro diferente para eles.
“Trabalhava em uma panificação, mas perdi o emprego depois que a situação apertou com a pandemia. O jeito foi vir as ruas me virar para levar o alimento para casa”, contou David Silva.
Com a responsabilidade de gente grande, o jovem de 16 anos, identificado como G.S.J. diz que gostaria de estar outro lugar que não fosse o semáforo onde costuma pedir dinheiro. “Gostaria mesmo de estar em outro lugar, jogando futebol na praia”, disse.







